quinta-feira, novembro 30, 2006

Espinhas e Inimigos da HP...Amuuu! S2

E de repente me sinto uma adolescente besta.
Ouvindo músicas da moda, curtindo baladinhas frequentadas por loiras-magras-de-chapinha-mini-saia-V3Pink-e-scarpim.E meninos bombados-de-corrente-de-prata-boné-VonDutch-NikeShox.Será que tudo mudou e eu não percebi?
Olho no espelho e uma espinha nova nasceu na minha testa. Será que estou regredindo uns 4 anos?
E me pego "disputando" um garoto de 19 anos com menininhas de 16. Será que o tempo está voltando?
Recadinhos no orkut, com "eu ti amu", como se fosse "bom dia". O que aconteceu comigo?
Tô curtindo um grande momento de embriaguez juvenil, e é valido. Pois estou feliz.
Mas, nos poucos momentos de lucidez, feito esse, olho ao redor e me sinto uma ridícula. Do tipo que não viu o tempo passar, uma velha sem noção, e que quer correr atrás do tempo perdido, ou melhor, não quer deixar o tempo passar e nem admitir que muito dele já se foi...
E me pergunto, até que ponto vale a pena me "comportar" em certas situações como uma mulher de 21 anos deveria se comportar, só para não passar como ridícula, entretanto reprimindo algumas vontades e não extrapolando alguns limites....????!!


segunda-feira, novembro 13, 2006

Reportagem especial-Tradição na várzea:Parte III

[ Leia primeiro o post anterior...]

Seja para o bem ou para o mal, o importante é jogar

Para ganhar o pão de todo dia, o empresário Milton Bigucci está acostumado a construir prédios comerciais e arranha-céus luxuosos em locais que serviram no passado para a diversão de muitos moleques que adoravam “bater uma bolinha” no barro. Ironicamente, quando mais jovem, Bigucci também era um desses meninos. Viveu sua infância e adolescência no bairro do Ipiranga, e foi lá que integrou as equipes varzeanas da Família F.C., Vergueirinho, Santo Antônio, Flamengo do Moinho Velho e o G.E. Centenário, aonde se tornou presidente do clube durante muitos anos.

Aliás, as peladas, não fazem parte só do passado, mas também do presente de Bigucci. Com 65 anos, ele garante que irá jogar até ter saúde para isso. “Até hoje jogo futebol de campo Sênior no campeonato do Clube Atlético Ypiranga, no Guarujá e em qualquer outra equipe que me convide”, contou ele. Mas hoje não é mais tão fácil arrumar um campo para praticar o esporte, muitos espaços foram transformados em prédios, casas, lojas, comércios, alguns erguidos pela sua própria construtora. “Infelizmente, ou felizmente os campos de futebol varzeano estão acabando pelo desenvolvimento e a necessidade de habitações para a população. Cada vez mais o futebol está indo para os clubes fechados”, disse Bigucci.

Esse foi um dos motivos que o levou a procurar o salão para continuar com sua ‘peladinha’ aos finais de semana. Seus filhos seguem os mesmos passos, disputam competições até mesmo internacionais, mas no salão. Campeonatos de várzea não fazem parte da realidade dos seus guris. “Todos os meus filhos adoram jogar futebol. E são bons. O caçula, Marcelo, jogou profissionalmente nos Estados Unidos, no Palm Beach da Flórida. O gosto pelo futebol está no sangue”, falou com orgulho.

Embora colecione troféus, medalhas, títulos e flâmulas, Bigucci é modesto quanto ao talento. “Ainda que não tenha aprendido muito, sempre gostei de jogar. Sou mais técnico do que “cascudo”, brinca ele. Os prêmios hoje servem como lembrança de uma época boa que deixou saudades para o construtor. Tempo em que não se jogava só por dinheiro, e a várzea era valorizada. Mas, mesmo diante do descaso atual, o empresário não perde a esperança de que a várzea seja eterna, e que a alegria e a pureza dos jogos voltem a contagiar as pessoas. “Acho que a população era mais “pura” naquela época e parece que tudo era mais alegre. Hoje há muita violência. O máximo que se via eram algumas brigas “no tapa”. Nunca com armas. A amizade do futebol amador é mais sincera e pura.”, diz Bigucci com um ar saudosista, mas ao mesmo tempo esperançoso.

domingo, novembro 12, 2006

Reportagem especial-Tradição na várzea: Parte II

[Leia primeiro o post anterior]
O que muda é o endereço


Não muito longe dos Soares, existe a família Costa, que também tem o futebol de várzea como tradição. Moradores da cidade de São Caetano, pai e filho se divertem nos campos, mas como na maioria das histórias, a vida nos campos dos pais são sempre bem diferente das dos filhos. Ítalo Silva Costa, de também 18 anos, joga por passatempo na várzea e faz parte da equipe Júnior do tradicional time ítalo-brasileiro Juventus, situado na Mooca, Zona Leste de São Paulo. “Adoro a várzea, mas sei que lá hoje não existe futuro. Por isso jogo somente para descontrair e rir com a galera”.

Tudo pelo prazer que tem em jogar futebol, seu pai, o auditor João Carlos Costa, 53 anos, não parou de jogar, mas se diz incomodado com a falta de espaços. “Sempre gostei de futebol, moro pela redondeza há muitos anos. Antes de ter esse monte de prédios e casas que existem, eram só campos de futebol, então vivia neles. Era muito fácil o acesso, qualquer lugar que passasse existia um campo. Comecei no barrão e estou nele até hoje. Amo as peladinhas nos finais de semana”, disse João Carlos, que está fora dos campos a um mês por uma forte disputa de bola com o irmão que é do time adversário.

Ítalo não pensava em ser jogador. Foi aos poucos que a paixão por futebol surgiu, às vezes por estar no sangue da família Costa mesmo. Já que além de seu pai, têm seus tios e primos que são fissurados pelo esporte. “Assistia aos jogos dele quando criança e não me interessava, mas fui crescendo e a vontade de jogar veio. Então larguei a capoeira e fui atrás do que realmente estava afim de fazer. Hoje passo o tempo todo jogando. Sonho em ser jogador profissional, por isso tenho que batalhar”, disse o garoto que com a ajuda do pai mudou até de posição no campo, antes atacante, mas sem sucesso, seguiu o conselho da experiência e hoje joga na marcação como o pai.

João Carlos abandonou os campos da várzea por quatro anos em busca do sonho de se tornar administrador de empresas. Mas nem assim largou o esporte, pelo contrário, usou o talento a seu favor. Enquanto trazia vitórias e troféus para o time da empresa na qual trabalhava, o presidente da companhia pagava sua faculdade. Após sonho realizado e diploma conquistado, de volta para a lama! “As amizades feitas nos campos da várzea são as melhores e as mais verdadeiras, pode passar anos, mas sempre estamos juntos. Se o time não está completo, um liga para o outro e pronto, vamos jogar. É muito bom, pois sempre estamos unidos dando risadas. Não troco a várzea por nada”.

Por isso histórias entre família de jogadores de várzea não têm muita diferença. O que muda é o estado, a cidade, a zona e a rua onde vivem. Os pais guardam a trajetória com carinho, lembram da época com diversos campos e times para escolher e da importância que tinham. Já os filhos procuram na várzea o treino em busca do sucesso nos gramados. Seja de uma forma ou de outra, o campo de terra batida está no coração de todos, mas claro que cada um de sua maneira.

[... continua...]

sexta-feira, novembro 10, 2006

Reportagem especial - Tradição na várzea: Parte I

[ Reportagem especial para impresso. Eu e minha dupla, Bru, tiramos 10, na primeira versão da matéria, com pouquissimos erros corrigidos e nenhum corte, e o Rodolfo disse que estava muito boa. O tema do nosso grupo foi Futebol de várzea. E o da minha dupla A Tradição da várzea, atravessando gerações (ou não ?!?!) E como ficamos muito orgulhosa de nós, resolvi compartilhar com vocês, nossa primeira reportagem especial. Estreando com louvor! Porém, para não ficar cansataiva, como ela está dividida em três intertítulos, os postarei um por vez.]
Passando a bola


Por Priscila Della Bella e Bruna Tonzano

Mais do que amor, várzea é tradição. Mais do que tradição, futebol de várzea é projeto de vida de muita gente. Ou pelo menos foi um dia. Para essas pessoas, várzea hoje é sinônimo de saudade. As grades que cercam o chão de terra, cheia de torcedores ao seu redor, gritos de olés e gols, nervosismo e diversão. Todo esse cenário construía os campos varzeanos no passado e está longe de voltar a ser realidade no futuro. Muitos homens que tiveram o futebol marcado pela várzea ainda tentam resgatar um pouco da felicidade jogando com prazer e seriedade. O que eles menos querem é o fim da várzea. Por isso, levam os filhos, incentivam, torcem e vibram para que o futebol dos campos de lama nunca perca sua essência.

Por esses motivos que o paulistano supervisor de logística, Cláudio Soares, 43 anos, abandona nos finais de semana o terno, a gravata, o sapato social e coloca uma chuteira barrenta para bater uma bolinha. Ele é um dos saudosistas da década de 70, quando as pessoas organizavam torcidas e iam para os campos assistir aos jogos. “Hoje os campos estão vazios. Com o crescimento populacional, diminuiu o número de campos de várzea das cidades, consequentemente menos adeptos ao futebol varzeano”, lamenta Cláudio. Nessa época, era comum os campos de terra revelarem futuros talentos profissionais, como foi o caso de Pedro Rodrigues (Corinthians), Lima (São Paulo) e Pituca (Santos). “Iniciei na várzea com apenas nove anos de idade. Na década de 70 os jovens utilizavam a várzea para ser jogador de futebol profissional, tinha muitos olheiros nos campos”, relembra Cláudio com a expressão facial de saudade daquele tempo.

Já nos dias de hoje, a várzea serve apenas como treino para os garotos que sonham em se profissionalizar um dia. “Foram grandes revelações na várzea para o futebol brasileiro. Hoje a possibilidade é remota. O campo de várzea serve apenas para iniciação de alguns jovens. Depois o pai do garoto o leva para uma escolinha ou clube”, explica Cláudio que incentivou o filho a procurar outros meios para se profissionalizar no esporte.

Aos seis anos, o estudante Diego Glauco Soares já “batia uma bola” com o pai. Aos 14 anos, resolveu levar a brincadeira a sério. “Comecei em 2002 por incentivo do meu pai, para adquirir experiência jogando com adultos. Sou federado e só jogo na várzea quando não há coincidências de jogos dos campeonatos que disputo”, conta Diego, hoje com 18 anos.

Qual garoto apaixonado por futebol não sonha em ser o Ronaldinho Gaúcho ou o Kaká? Sonhar não arranca pedaço, eles tentam chegar lá fazendo testes para clubes e, muitas vezes, não conseguem passar nem na primeira peneira. Com Diego não é diferente. “Realmente é um sonho ser jogador profissional de futebol. Agora quanto ao sucesso, pretendo subir até o primeiro degrau. Uma boa carreira, será a conseqüência de meu trabalho”, revela o garoto sonhador.

Para Cláudio, a várzea não acabou. “Ela apenas está vazia, falta criatividade para organizar campeonatos e torneios. O brasileiro tem um amor contagiante pelo futebol. Por isso, posso afirmar com certeza que jamais deixaremos o futebol varzeano acabar. O importante é bater uma bolinha e jogar conversa fora”. Já Diego pensa de outra forma. “Na várzea estou adquirindo recursos, mas meu objetivo principal é jogar futebol profissional”.

A experiência pode ser adquirida nos campos, mas a vontade de aprender e o amor ao esporte “vêm de berço”. “Meu pai sempre foi um incentivador, foi ele quem me ensinou os primeiros chutes a gol. O futebol está em nosso sangue", relata Diego. Tendo seu pai como espelho, o garoto segue os ensinamentos e arrisca dividir a bola com o pai de vez quando. “É muito gostoso jogar com meu pai. Ele não gosta muito de perder. No entanto, ele me ensinou que a derrota faz parte do esporte e de nossa vida, mas são as derrotas que faz com que conquistemos as grandes vitórias. As jogadas de meu pai são inteligentes. Mostram que ele ainda é um grande atleta, mesmo com o dobro da minha idade”, conclui Diego.

[continua...]

quinta-feira, novembro 02, 2006

A saudade é a mesma...Do Fundo do Baú: Parte V


Estava querendo atualizar aqui, e estava pensando no que escrever...Foi então que achei um texto que se encaixava direitinho com o meu estado de espírito hoje.
Às vezes, quando não tenho nada pra fazer, vou no arquivo do meu fotolog, e clico aleatoriamente em algumas fotos e leio o que postei naquele dia. E foi justamente quando eu procurava o que escrever, que cliquei no dia 17/10/05 e vi que há exatamente quase um ano, eu sentia o que sinto hoje....

[Postado no www.fotolog.com/pri_bella em 10/17/05]

Queria fazer análise para saber lidar com alguns sentimentos meus. Sempre achei que o "caso mais grave" fosse meu ciúmes, ou minha intepestividade, mas não, a cada dia percebo que o mais difcil de lidar dentro de mim é meu Saudosismo.
Esse sentimento me machuca, me deprime, me deixa para baixo. Não vou negar que às vezes ele me traz algumas sensações boas, mas as ruins são mais constantes. Sinto saudades de tudo na minha vida que eu possa conjugar no passado...Infância, colégio, brincadeiras, adolescência, amigos que se afastarem, pessoas que partiram pro outro plano, momentos que passei, lugares onde estive, cheiros que senti, pessoas que conheci, conversas que joguei fora, viagens que fiz, festas que participei, lugares que não estive, passeios que não fiz, gostos que senti, lágrimas que derrubei, sorrisos que soltei....
Sinto falta de dez anos atrás, de dez dias atrás, de dez minutos atrás...... E qdo me lembro de tudo isso, muitas vezes me ponho a chorar!
Eu não gosto de ser assim! Eu lembro de tudo a todo momento e quero voltar o relógio.... Mas não é possivel! Então eu queria pelo menos saber lidar melhor com esse sentimento de saudosismo!